sexta-feira, 19 de abril de 2013

Palavra e Poder: Você sabe usar?


(Texto escrito originalmente em 04/05/11)

Às vezes fico pensando no quanto alguns termos, inicialmente utilizados apenas por profissionais de saúde mental, estão sendo colocados de forma leviana.

É tão banal hoje em dia se falar em depressão a qualquer sinal de tristeza ou descontentamento, reclamar de uma suposta bipolaridade quando alguém tem oscilações de humor, dizer que uma criança sofre bullying ao menor sinal de um "chato, feio, bobo" ou até mesmo associar um fato criminoso como obra de um psicopata.

Na verdade, o que não se discute é como alguém que não estudou ou tentou se aprofundar num assunto tão complexo quanto a saúde mental, enquanto desfila seu repertório de "diagnósticos" equivocados, pode acrescentar algo de novo ou realmente ajudar o indivíduo que está em sofrimento.


É uma temeridade observar que a sociedade, com o advento da internet, tenha intensificado os "achismos" e feito de qualquer diferença uma doença, que precisa de cura ou tratamento.


Além disso, é impressionante ver também que a qualquer sinal de conflito são indicados psiquiatras ou psicólogos para "resolver" os problemas que não conseguimos solucionar, como se o profissional pudesse ter o poder de descobrir a fórmula mágica que dará fim a qualquer adversidade cotidiana ou como se o uso de remédios e psicoterapia, por si só, seja capaz de solucionar as mazelas individuais e coletivas.


Há que se conscientizar - e isso eu ainda não sei como fazer - sobre o empoderamento e a responsabilidade de cada um sobre o que o cerca e suas ações, que com certeza, despertarão reações e consequências.

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