sexta-feira, 19 de abril de 2013
A mexicanização da namoradinha do Brasil
(Texto escrito originalmente em 06/08/11)
Há tempos tenho observado o modo histérico com que algumas mulheres são retratadas em nossa teledramaturgia, contudo de algumas novelas para cá a incidência desse tipo de personagem vem se tornando tão frequente que chego me irritar com a quantidade de ilustres desequilibradas, ansiosas e impulsivas.
No momento, o que mais me intriga é por que cargas d´água a Regina Duarte precisa tanto fazer caras, bocas, gestos e trejeitos? Será que já não basta o ridículo torcicolo que a faz pender a cabeça toda vez que algo não vai bem com a personagem que está interpretando?
Nossa! É impossível assistir à novela "O Astro" sem se irritar com a maneira charlatanesca com a Regina vem conduzindo sua personagem.
É um tal de fechar os olhos e fazer aquela cara de louca quando está com raiva, torcer o pescoço para parecer magoadinha, ou ainda andar se esgueirando feito uma cobra para mostrar superioridade sobre outros personagens.
Isso faz parte mesmo da interpretação?
O que me parece é que há várias novelas vejo sempre a mesma personagem, com apenas nomes trocados.
Cadê aquele talento de só pelo olhar mostrar todo ódio que sente ou ainda mostrar irritação e descontrole sem fazer biquinho ou encher as bochechas de ar?
Fico aqui pensando, será que antigamente o nível de atuação memorável era esse ou hoje nós é que estamos acostumados com uma padrão onde as sutilezas são mais apreciadas do que a enorme falta de delicadeza da tal namoradinha do Brasil?
Parece atriz de novela mexicana, com aqueles dramas enormes e suas "canastrices" peculiares.
Talvez uma solução viável para a intérprete de Clô Hayalla seja viver uma grande e inescrupulosa vilã em outro folhetim. Com direito a dureza de postura e menos melodramas "Helenísticos".
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